O montante da Dívida Pública Ativa sempre foi uma preocupação das Autoridades Fiscais. Todavia o estoque da Dívida Privada Ativa, estranhamente, nunca mereceu, por parte de nossos governantes a devida atenção, quer do ponto de vista estritamente econômico-financeiro, quer sócio-econômico.
Só agora, com a pandemia, forçado pelas circunstâncias extremamente adversas, é que nosso governo central resolveu fazer algo no sentido de aplacar, um pouco, pelo menos, as necessidades da classe dos considerados miseráveis, assim chamados por recentes estudos de órgãos internacionais.
Só que, este socorro, por ser emergencial, ele é episódico e efêmero, pois, assim que seus efeitos cessarem, a miséria voltará, contemplando, agora, até, quem dela não fazia parte e, por ter perdido seu emprego, como consequência econômica desastrosa da COVID19.
Não é sem razão, pois. talvez como, ao menos um saldo positivo da pandemia, que o governo pensa em aumentar o valor do auxílio do Bolsa Família, ainda que que com outro nome o de RENDA BRASIL, incorporando àquele velho auxílio, o socorro emergencial.
O AUMENTO DA INADIMPLÊNCIA - EDUCAÇÃO FINANCEIRA INEXISTENTE
Claro que a Pandemia contribuiu eficazmente para o aumento da inadimplência, e, portanto, do montante da dívida privada ativa.
Como Presidente da Cobrart Recuperação de Ativos - quando um de meus operadores, tenta cobrar de um cliente de nosso cliente, agora inadimplente, a resposta que nos é dada é sempre a mesma "não pago, porque também não me pagam; fazer o que?"
Descontando-se os efeitos deletérios da Pandemia, por que, afinal o brasileiro se endivida tanto?
Certamente, porque, em sua quase totalidade, o brasileiro, desde sua mais tenra formação, até seu ingresso, na vida prática, nem sequer ouviu falar e Educação Financeira.
As escolas de ensino médio, e mesmo fundamental, deveriam contemplar em seus programas u'a matéria intitulada EDUCAÇÃO FINANCEIRA, quando mais não fosse, atentas ao velho adágio popular "cuide você muito bem dos seus tostões, porque os milhões, ah, estes, se cuidam sozinhos".
Além da falta de um mínimo de esclarecimento específico e elementar a respeito de COMO CUIDAR DE SUAS FINANÇA PESSOAIS,, outros fatores,contribuem decididamente para a inadimplência do brasileiro.
São eles: (a) não resistir, valentemente, aos apelos da publicidade,enganosa, instigando o consumo exacerbado;
(b) aquisição desenfreada de supérfluos; (c).falta de conhecimento e de disciplina no manejo do instituto do crédito, com especial ênfase para o cheque especial (esquecimento de sua real finalidade) e do cartão de crédito, pagando, todo o mês, apenas o mínimo, atolando~se em juros sobre juros; (d) deixar-se levar pelo "canto da sereia" de financeiras que emprestam dinheiro, mesmo a quem possui restritivos em sua ficha cadastral (sabe-se lá a que taxa de juros - ao arrepio do silêncio inexplicável das autoridades monetárias); (e) pegar dinheiro emprestado para pagar dívidas, acelerando. com isto, sua inexorável. total e definitiva insolvência.
SER SUPERAVITÁRIO
Todos nós devemos ser superavitários. Ninguém precisa ser lucrativo. Mas, tem, por obrigação, ser superavitário; isto é NÃO gastar mais do que ganha.
ATÉ AOS GOVERNOS FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL ESTE CUIDADO JÁ FOI IMPOSTO POR LEI.
Sejamos nós, pessoas de direito natural (também chamadas de pessoas físicas) ou, então, empresas (pessoas jurídicas de direito privado OU PÚBLICO) de qualquer natureza ou tamanho; enfim, todos nós temos por obrigação e meta de vida, sermos superavitários. ou jamais cresceremos em nossas vidas, seja profissional ou pessoal, porque endividados, cheios de restritivos creditícios, até nossa cidadania estará comprometida.
Se, eternamente deficitários, todo o mês "correndo atrás do prejuízo" cedo ou tarde, adoeceremos, e é, então, que tudo piora ainda mais, pois, com certeza o plano de saúde não estará em dia, as consultas médicas, os exames de laboratório e os medicamentos ficarão a descoberto, pondo tudo a perder
COMO SAIR DA APERTURA FINANCEIRA
Que os bons pagadores não nos ouçam, mas a melhor maneira de se livrar de um débito vencido e deixar que o mesmo envelheça, o mais possível, pois, os credores, sobretudo os bancos, estarão dispostos a conceder-lhe descontos representados pelo abono da correção monetária, dos juros e, até, o perdão de parte substanciosa do capital, aliás, por eles já até recebido, por força do desconto a que procederam em seu imposto de renda e o abatimento no compulsório junto ao Banco Central.
O único problema é que, se você, um dia. vier a querer operar, novamente, com aquele banco, vai ter de pagar a diferença que o proprio banco lhe perdoou, inobstante ter-lhe dado quitação geral, ao arrepio do Direito ao Esquecimento, previsto na Lei Geral de Proteção aos Dados Pessoais e Decreto-Lei pertinente à espécie.
O VERDADEIRO PAPEL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NA INADIMPLÊNCIA.
Os bancos, contrariamente à maioria das empresas privadas comerciais, industriais e de prestação de serviços, possuem sensibilidade para negociação da dívida ativa privada, Mas, não só sensibilidade. Possuem cultura e estrutura para tanto.
Cientes de que sua função primordial é emprestar e não cobrar, os bancos têm delegado a empresas especializadas na recuperação de ativos financeiros (tien toi on ton sujet) a tarefa sofisticada de cobrar, negociando com seu devedor, sem jamais perdê-lo, por insatisfação ou maus tratos no atendimento, para a concorrência, principalmente agora com o advento do OPEN BANKING e das BIGTECHS.
O USO DA TECNOLOGIA DE PONTA NA ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO.
Com o avanço da tecnologia, você, hoje, consegue, graças a Inteligência Artificial, negociar sua dívida sem qualquer interferência humana, evitando naturais constrangimentos.
Em nossa empresa Cobrart, dispomos de um sistema israelense que coloca à disposição de nossos operadores o devedor, naquele exato momento, livre para receber um telefonema e, o que é melhor, quase inacreditável, disposto a negociar. Bruxaria? Não, alta tecnologia de ponta, graças, inclusive, ao sistema BIG DATA.
2021 O NOVO NORMAL
Só a partir de 2.021, infelizmente, a economia mundial estará voltando, não ao que era antes do desastre sanitário, que ainda nos aflige, mas ao novo normal, Aí, então, as empresas, sejam elas públicas ou privadas, estarão conscientes,, mais ainda, de seu papel na sociedade que exploram, devolvendo-lhe, ao menos parte de seus lucros, em forma de ações sociais.
CONCLUSÃO
Seja como for, pessoa natural (física) ou pessoa jurÍdica, todos nós, só conseguiremos atravessar esta fase adversa em nossas vidas, se nos dermos conta da verdade contida no adágio que se segue, pois, "se você não se preparar para o futuro que quer, vai ter que se conformar com o futuro que vier"
LUIZ FELIZARDO BARROSO
Presidente da Cobrart Recuperação de Ativos
Membro da Academia Fluminense de Letras
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